segunda-feira, julho 23, 2007

O Preço do Pecado!


Já nos vamos habituando a ouvir pessoas virem para os jornais armarem confusão na cabeça das outras com “homilias” do tempo da Idade Média, e até de outros tempos mais recentes e de má memória, que tantos traumas e atrasos nos causaram.
No meu entender esses discursos não ajudam ninguém. Sou crente, penso que Deus só quer que cada individuo neste mundo seja o mais feliz possível, desde que essa felicidade não advenha da desgraça de outros. Do mesmo modo, estou convencido que o Céu e o Inferno é cá na terra, e está dentro de cada um de nós. Usufruímos do Céu quando andamos de bem com a nossa consciência, e vivemos o Inferno, quando ela, pesada, não nos deixa sossegar.
Penso ser um disparate que alguém, seja quem for, por muita divindade de que esteja investido, venha aconselhar os outros para não usarem preservativos no acto sexual seja por motivo de se precaver de filhos que não desejam, ou porque, não têm possibilidades de os criar. Seja ainda por ser portador de doenças contagiosas ou porque, simplesmente, quer usá-lo por razões ainda mais íntimas.
Depois, continuar hoje a falar-se do aborto como um crime, é assunto delicado de mais para se continuar a fazer. É desrespeitar a vontade da grande maioria das pessoas, contestar o regime democrático em que vivemos, e violar as leis que nos regem. O assunto foi mais que discutido em devido tempo. Toda a gente teve oportunidade de o fazer, a igreja particularmente, serviu-se de meios privilegiados para esclarecer o que afinal, já estava mais que esclarecido. Uns, pintaram o aborto de azul celeste, a cor do Céu, outros, com as cores do Inferno.
No fim, teve razão quem teve, e aos olhos da lei, que são os mandamentos cá da terra, a vontade da maioria (dos burros e dos espertos) foi considerada e hoje pertence à consciência de cada um, praticar ou não, o aborto.
Através dos tempos e sem resultados, já houve castigos de mais para as mulheres que ficaram marcadas para toda a vida pelos outros, e por si próprias. A igreja deu uma grande ajuda nisso. Mas há quem continue a insistir numa espécie de “masoquismo” a castigar, criando ainda mais estigmas a quem muitas vezes, sabe Deus como, tem de recorrer a ele. Para mim, discursos de intimidação, retrógrados e reaccionários que infligem medos aos mais fracos, têm o efeito do sal numa ferida a sangrar, e isso não é uma atitude cristã.
Depois, para andarmos a chamar a atenção da pouca consciência dos outros, temos antes de mais, de ter a nossa e a da nossa irmandade bem limpinha. E se no nosso seio há badalhocos, bandalhos, e criminosos, Deus não quer que os escondamos. Quer é que a lei e a justiça se aplique, e sejam punidos de acordo com as suas culpas.
Em Las Vegas, a igreja católica anda a negociar (como se isso fosse de negociar) acordos com centenas de pessoas que foram vítimas de abusos sexuais por parte dos padres das suas paróquias. A soma a pagar às vítimas é astronómica e vai ser paga a pronto. Cada vítima vai receber à volta de um Milhão de Dólares (+ - 200 mil contos). Desde 2002 na Califórnia, são perto de mil pessoas que apresentaram queixas contra a Igreja Católica por alegados abusos sexuais, e não podemos esquecer aqueles, que estando calados sofrem em silencio o inferno, que outros meteram dentro de si.
Pelos valores em causa, é sabido que nem todos os criminosos têm hipóteses de pagar estes preços em troca da “absolvição” dos seus pecados, por Deus e pelos homens.
É que a igreja e pelo que se lê, em minha opinião, anda a inflacionar o preço do pecado. Sabemos que os dinheiros não são ganhos por si, devem provir dos “pagadores de promessas,” que nem sabem, nem sonham, que o pecúlio dos seus sacrifícios e da sua fé, entregues a Deus, vão deste modo parar às “mãos do diabo.”
Ou será que estou enganado e vou malhar com o costado no inferno?

segunda-feira, julho 16, 2007

Santa Ignorância !


Todos sabemos que a ignorância é a mãe de todas as desgraças que pululam no mundo. É mesmo o factor número um para as pessoas serem infelizes.
A desgraçada, está disseminada por todo o lado. É como a morte, não escolhe classes sociais para se infiltrar e destruir!
Imagine algures, bem pertinho de si, uma Assembleia Municipal na qual, a presidente da Mesa, faz distribuir pelas bancadas partidárias uma lista de nomes de cidadãos, desconhecidos da grande maioria, a fim de serem eleitos para desempenharem funções de grande responsabilidade Social.
Os "eleitores" naturalmente questionam quem são e que critérios levaram à sua escolha…
A resposta verbal é evasiva, o que deixa toda a gente a saber o mesmo!
A presidente da Mesa, obriga toda a gente a ir para a votação, de braço no ar, quando estão em causa nomes de pessoas! …
Não dá satisfação aos protestos e às reclamações. Toda a gente, confrangida ou não, tem de acatar a ignorância: -
Votar nomes e pessoas de braço no ar?
Para mim… é um atropelo às regras mais elementares da democracia!
Mas ali, vê-se quem manda, e quem funciona como um sargento na tropa, perante a soldadesca!
É que eu penso que desde que haja nomes de pessoas em "jogo", o voto deve ser secreto.
Ou será que eu estou a ver mal a democracia e, trinta anos depois, ressurgiu o tempo do PREC ? Penso que não!
Apenas há ignorância, atrevida e estúpida, como sempre, mas ao contrário da morte, pode e deve ser combatida sempre, esteja onde estiver!

quarta-feira, julho 11, 2007

Estão todos de Parabéns!...




Na segunda feira passada, dia 9, fui surpreendido na Assembleia Municipal de Aveiro.
Quando lá cheguei, cerca das 22 horas, vi novamente um mar de gente e pensei logo:
"Mais um movimento cívico contra a Câmara."
Indaguei sobre o que se passava e fui informado que eram os ex - trabalhadores da empresa "Frapil" que andam há mais de vinte anos a reclamar o que é seu, e que naquele dia, em princípio, a coisa acabava, se não houvesse complicações da parte da A.M.
Contaram-me tudo em pormenor. Antes de mais, admirei aqueles homens e mulheres que até hoje nunca desistiram de lutar pelo que é seu, e dei comigo a pensar neste país, tão injusto e cruel, onde eu fui parido.
Fiquei para ver o desenrolar de discussão tão delicada. Comecei por ouvir a representante dos trabalhadores que eloquente e concisamente, traçou a todos e em poucas palavras, a odisseia vivida pelos trabalhadores até àquele dia. Sinceramente, gostei de ouvir a senhora. Sensibilizou-me, creio que sensibilizou toda a gente !
Depois, começou a discussão à volta do assunto que se resumia à mais ou menos valorização dos terrenos, onde antes esteve implantada a "Frapil". Aquele terreno, depois de vendido, podia ser ou não, a garantia de todos os trabalhadores serem ressarcidos dos seus salários e pelo menos de parte dos seus direitos.
A Câmara fez uma resenha pela voz do senhor Presidente de tudo o que se tinha passado, coadjuvado nos pormenores por um técnico da Câmara. Vi que houve empenho da Câmara no assunto, entre outras entidades e terem conseguido bons resultados a favor dos trabalhadores.
Depois, intervieram todas as bancadas que se viu do princípio estarem imbuídos de boa vontade para resolverem tão delicado problema. Ninguém questionou o "negócio" desenvolvido pela Câmara, nas permutas, e outros. No fim, posto à votação, foi aprovado por unanimidade.
Senti o sentir dos trabalhadores e mesmo, de todo o Órgão Municipal. Foi um alívio!
Não era nada comigo mas também me senti bem, creio que todos os presentes se sentiram. Tinha sido feito justiça, finalmente.
A senhora Presidente da Mesa até manifestou, mesmo, alguma felicidade, porque na sua opinião, deve ter sido histórico todos os pontos discutidos terem sido aprovados por unanimidade.
Deu até para pensar que nas outras sessões, alguém vai para ali com ideias premeditadas de chumbar seja o que for, só para fazer "perrice".
Esbocei interiormente um sorriso por aquele pormenor tão castiço que até deu para pensar o que ela não sei se pensou:
"Agora sim, está tudo afinadinho!"
Ora a senhora presidente devia deixar-se desses pormenores já que, têm muitas interpretações, e cada um tem a que quer, e até pode ferir sensibilidades, a não ser que, tenha passado pela cabeça da senhora presidente que a tal unanimidade se deveu a ela.
Depois, se virmos o seu partido, o PSD, a nível nacional, em que a senhora está muito bem inserida, verificamos que andam assim por aí a "encher pneus" e não são, nunca foram, nem nunca serão oposição ao governo nem a coisíssima nenhuma.
No entanto, quando têm oportunidade, nas televisões e até na própria Assembleia de República, e com todas as limitações de que são dotados, à mais pequena falha e sem relevo, dizem cobras e lagartos, e votam contra.
Como a senhora presidente foi nascida e criada num ambiente rural deve ter interiorizado aquele ditado dos velhos e honrados lavradores que queriam:
"Sol na eira e chuva no nabal "
Para acabar:
Cá para mim, os trabalhos correram bem porque naquela sessão a senhora Presidente não criou imbróglios de monta, acabou a sessão a horas decentes, não interrompeu ninguém no uso da palavra, e por isso, os trabalhos foram profícuos. E, quando assim é, tudo acaba em bem. Parabéns à Câmara e à Assembleia Municipal extensivos, claro, à senhora presidente da Mesa, porque se portou bem.
O seu a seu dono!

quarta-feira, julho 04, 2007

Estranha forma de riqueza!


A penúltima sessão da Assembleia Municipal, foi muito concorrida. As horas iam passando e quem lá esteve pôde constatar que foram queixas, e mais queixas dos munícipes, e de representantes das Instituições, contra a Câmara.
Mas na opinião da senhora presidente da Mesa da Assembleia Municipal, foi uma sessão muito rica...
Estranha forma de riqueza esta, digo eu!
Pelas conclusões finais ficamos a saber que os queixosos tinham “carradas de razão “ já que, não houve da parte da Câmara qualquer tipo de argumentação capaz de se opôr ou justificar, perante os “Contestatários.”
As próprias bancadas do CDS e PSD que apoiam este Executivo, deram razão aos manifestantes e manifestaram isso publicamente.
Sinceramente, foi penoso ver a Câmara isolada e a ceder em toda a linha. Não foram capazes de esboçar uma palavra que fosse em sua defesa, ou contrariar uma única questão apresentada.
Se tinham cogitado anteriormente alguma coisa, e pareceu-me que sim, pelo comportamento do Vereador Pedro Ferreira, perante os “reclamantes” e o isolamento a que os votaram as "suas" bancadas," viraram o “bico ao prego“ e disseram “Sim” a tudo.
Agora só nos falta saber se vão cumprir o que prometeram, ou se, tal e qual a Pista de Remo, que era um dado adquirido, de repente, como sabemos, entrou em “banho maria”!
Os partidos de esquerda, P.S.; B.E. e o PCP ainda questionaram a Câmara com algumas dúvidas, mas se as tinham, com elas ficaram, já que, a Câmara, não lhes respondeu.
No meio daquela manifestação contra a Câmara, a senhora presidente da Mesa no meu ponto de vista, esteve mal, por variadíssimas razões:
Pelo tempo que tem na política activa, em exclusividade, e por muitas dificuldades que possa ter em compreender as coisas, devia já ter aprendido e saber que não deve chamar “bancadas da coligação” aos partidos, PSD e CDS. No meu ponto de vista, é mesmo uma grosseira desconsideração para aqueles partidos, que são, e sempre foram, distintos entre si.
Eu penso que ainda têm identidade própria, ou não?
A tal “coligação," acabou no dia das eleições.
Será que a senhora Presidente da Mesa, que concorreu nas listas identificadas com a tal Coligação, ainda hoje funciona na AM, como membro dessa aliança?
Depois, a senhora, talvez entusiasmada, excitada ou nervosa, com a “riqueza” (que só ela viu) queria continuar a sessão madrugada dentro.
A mim pareceu-me que a senhora pensa que ali, na A.M., tem alguma função de chefia, e que pode a seu belo prazer, pôr e dispôr da vida dos outros desrespeitando as regras, particularmente, as do bom senso.
No seu entusiasmo, esqueceu completamente que os “deputados” da A.M. na sua maioria, levantam-se antes das 7 horas da manhã, porque começam cedo a amanhar o dia para ganharem o pão que comem e que sustenta as suas famílias. E desses parcos recursos financeiros que são os salários de quem trabalha duro neste país, ainda têm de pagar impostos, que como sabemos, vão em parte e por sua vez, dar pão e mordomias a outros e outras, que se levantam quando o sol já vai bem alto.
Sinceramente não gostei da actuação da senhora. Pareceu-me além de tudo, ser uma pessoa muito insegura e que funciona emocionalmente.
E isso é mau. Muito mau mesmo!