
Nunca se viu como este ano tantos turistas na nossa cidade. Os hotéis estão mesmo com a lotação esgotada. Entre os nossos hóspedes, estão muitos espanhóis. Parece-me, que finalmente despertaram ou despertaram-nos, para as nossas potencialidades turísticas.
A nossa região é uma pequena maravilha. Temos à mão de semear tudo para oferecer aos turistas mais exigentes dos quatro cantos do mundo. Sempre tivemos.
A nossa Ria, as salinas, as praias cheias de iodo e os seus extensos areais de uma brancura imaculada. A nossa culinária tão rica e diversificada que se estende do litoral à serra,que fica a meia dúzia de quilómetros, é trabalho de mãos e paladares abençoados...
Os nossos vinhos, são um deleite celestial; dois copinhos depuram os pecados de um mês.
As serras, ali adiante, são de uma diversidade paisagística de sonho. Os ares que ali se respiram, foram e são a garantia dos nossos pulmões sairem de lá, recauchutados, e como novos.
A pureza que ali se respira prolonga-se até à alma.
E tudo isto fica aqui a dois passos e a três dos nossos hermanos espanhóis a quem Saramago do alto da sua inteligência, mordomias e amor pátrio, queria oferecer como dote à coroa de Espanha, este velho, pobre, doente, e desdentado “Condado Portucalense” por lhe ter sido concedida a mão de Pilar del Rio, certamente a princesa das suas fantasias, do seu já consumido e cansado cérebro.
Bem, mas o que interessa aqui é realçar os turistas e quem promoveu a sua vinda em força já que, tanto Saramago como a Pilar, de certeza que não põem cá o traseiro.
Parece que, finalmente, a nossa cidade e toda a sua zona envolvente entrou no mapa turístico do mundo. Todos sabemos que, por capricho e benevolência da natureza, somos ricos, sendo nossa obrigação dividir essa riqueza pelos outros, o que não o soubemos fazer ao longo dos anos. E assim, olhavam para nós como uns pés descalços, sem nada ter para oferecer.
Afinal, o que nos faltava ?
Apenas pessoas capazes e competentes, com capacidade e visão dilatada do que é o turismo e como se consegue trazê-lo até nós.
Demorou, mas parece que finalmente temos as pessoas certas nos lugares certos. Nos mais ínfimos pormenores denota-se interesse pelas funções que desempenham.
Sempre pensei e continuo a pensar que, para fazermos alguma coisa, temos de nos sentir capazes, e depois, acreditar convictamente naquilo que vamos fazer.
Tudo indica que isso está a acontecer na “Rota da Luz” o que é motivo de regozijo para todos. Por isso, a “Região de Turismo da Rota da Luz” merece os parabéns pelo trabalho que está a desenvolver em prol de Aveiro, das suas regiões e das suas gentes.
E naturalmente, nós Aveirenses, compartilhamos desses parabéns com muito regozijo e orgulho da beleza da nossa terra, e das gentes capazes e competentes que temos.