Excerto da intervenção de Nuno Marques Pereira do Partido Socialista:
.
.
“O argumentário usado é, em alguns aspectos, falacioso por padecer de rigor e com uma tal carga demagógica que chega a causar espanto”, acusou o vereador socialista Nuno Marques Pereira durante a reunião pública realizada ontem à tarde.O autarca confrontou a maioria com uma série de investimentos que atribuiu em parte às boas influências do Governador Civil, Filipe Neto Brandão, e do deputado Afonso Candal, mas também de projectos herdados da gestão de Alberto Souto.“A Câmara e bem, apenas teve de aceitar”, vincou, enunciando o Polis Ria, a ligação ferroviária ao Porto de Aveiro, a plataforma logística de Cacia, o comboio de alta velocidade, o Museu de Aveiro, a Comarca do Baixo Vouga e o Tribunal Administrativo de Aveiro.Sobre a Unidade de Tratamento Mecânico-Biológico (UTMB) em Eirol para lixos domésticos da ERSUC, também apresentada no rol das realizações da maioria, o PS entende que a Câmara “não zelou pelos interesses do município”.Entendem os socialistas que deveria ter existido “solidariedade regional” para a escolha do equipamento, já que Aveiro acolhe há 12 anos o aterro intermunicipal que serve vários concelhos.Para Nuno Marques Pereira, a UTMB “forçou” o Governo a inscrever o eixo rodoviário Aveiro/Águeda no plano rodoviário “não outra razão”.Nos recentes discursos da maioria “pairou sempre o anátema” dos anteriores mandatos de Alberto Souto (PS), exemplificando com a referência aos juros e amortizações da dívida que estariam a onerar as novas gerações. “Desde há 12 anos que usufruem de uma obra notável”, referiu o vereador, avançado com diversos exemplos.A propósito de responsabilidade política, citou Sá Carneiro, para quem nos primeiros seis meses de um mandato era “admissível” atribuir culpas aos governantes anteriores “mas daí para a frente quem está no Governo tem de assumir as responsabilidades”.Para Nuno Marques Pereira, não cumpriu o compromisso de resolver o problema financeiro como “agravou” as contas, sem acompanhar o empréstimo de 58 milhões de euros “com medidas concretas para combater o défice estrutural”.A maioria “foi uma desilusão” por não resolver outros problemas como a dívida para com o Beira-Mar, a reestruturação das empresas municipais ou a ausência de candidaturas para renovar o parque escolar.Maioria promete rebater argumentos O vice-presidente da Câmara, Carlos Santos, enquadrou as críticas do PS no âmbito da campanha eleitoral. “A maioria também terá os seus argumentos e na altura responderemos”, disse após a intervenção do eleito socialista. Esta intervenção fazia prever o silêncio do presidente do executivo mas Élio Maia acabaria por comentar as acusações. Aludiu, a propósito, ao seu discurso na recente visita presidencial de Cavaco Silva. “Tivemos sempre o cuidado de dizer que procuramos envolver todos os agentes e forças políticas em tudo aquilo que construímos em Aveiro”, ressalvou.·Acabaria, contudo, por sublinhar a acção da maioria em “retomar” projectos “parados há anos de mais”.“Não é por acaso que foi possível retomá-los e agora estão a andar”, disse pedindo o reconhecimento e empenho deste executivo.
.
Fonte: “Notícias de Aveiro”